24.11.20
hora vaga
Nuno Casimiro
Na indiferença
Constante do apelo,
Levo esta leve brisa
Que me enche o peito
Até que o sol se põe
Sob a desatenção
Do meu olhar.
Não penso em coisa alguma –
Sou o vazio de uma alma
Quebrada.
Na hora vaga
Um compromisso remoto –
Casualidade de uma cerveja
Quente.
Abre-se o mundo que se conhece
Quase de
Cor.
Sinto a humidade de promessas
Que se pensaram
Na ponta do nariz.
Uma árvore dispersa-se,
Dividida em mil bocados
(em mil fragmentos mortos).
Nessa hora vaga
De sensações quebradas
Enfio as mãos nos bolsos
E estão rasgados.
Os mil bocados de mim
Foram esquecidos.