23.06.21
mil derrotas
Nuno Casimiro
como assim as noites têm ritmo?
passo a mão por uma parede irregular
onde sagazmente gastam-se as palmas
sem honras que transitem
entre assobios.
entro na fila e aguardo a minha vez.
desvendo as paciências que se anseiam
perante uma voz que se cala
ao perscrutar os zumbidos que encerram
um rasgo sem acento.
anos de sofreguidão
e a verdade só se enxuta
para o meio da escaramuça.
ainda sinto o beijo das mil derrotas
faço um cigarro
enquanto reparo
para que lado
enrola o mundo.