13.08.21
ouvido surdo dos dias
Nuno Casimiro
Enrolo a língua
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13.08.21
Nuno Casimiro
Enrolo a língua
12.08.21
Nuno Casimiro
trago sínteses frouxas
nas mãos côncavas
demorado será o efervescente
_______ instante
na saída desta amálgama
tão estranha.
trazem-me coerências novas
iluminações a meia lua
até arrepia debaixo de pele
determinar uma boa entoação.
vagaroso continua o acordar
_______ solene
na transição do sonho que se esquece
e a falácia que esquenta
um murmúrio.
11.08.21
Nuno Casimiro
aí vão-se dois goles
no espaço de um tremor
nas pernas a fissura
que descaracteriza devagar
tudo o que resta
bem te esgueiras pela beira
transita cheiro omisso
sem pensar
semeia dúvida em esquina
desembarca a palavra
(solta-se em subtração)
corpo desmedido
de nariz torto e sem manias
não fala nem cala
consente sem arrotar
quer ser outra coisa
sem peso nem núcleo
quer ser bandeira esquecida
armadilha escondida
que atrai bicharada
sem comprometer o vazio dos bolsos
(anseia-se —
não sabe como respirar)
retorno à voz
grito galopante
aaaaaaah
tropeça no caminho decorado
faz-se histeria
sem frescura
sem rodeios impares
há uma história pensada
mal rasurada sem protagonista
especula-se o tempo
poucas chances de falar
sílabas confundem-se
entre os sabores de fruta amadurecida
(soletram-se os saltos)
enche um murmúrio por dentro
e desimpede-se um aperto
tudo mais breve e brisa
ao de leve em forma de abraços
curvos sem sufoco
afinal ainda é gente
sem arranhar a superfície
01.08.21
Nuno Casimiro
em meio dia desfaz-se a luz
para em meia noite fazer-se vento -
já passa o tempo de corrida
sem um segundo para emprestar.
que arrebatadora é a manhã
em que te não toco
mal crendo na timidez
de um pestanejar inerte.
escuto o rumorejo que navega
em mar alto -
assopro as nuvens sem tom
e faz-se dilúvio antes de chegar
onde já ninguém se queda.
tão despejado é o dia
em que te não oiço
mal sabendo das palavras
que me inventam.