25.03.23
movimento retrospectivo das coisas
Nuno Casimiro
trago sempre comigo um sopro
que me esquenta as mãos
e adocica um sorriso escondido
um poema manco que se balbucia
entre as dúvidas e os anseios
entre chuvas e sóis
uma recordação da tua voz
que desperta o movimento
retrospectivo das coisas
sempre se embrulha o mar
sem pé que se esgote
nem rumorejo
sobre as
profun
dida
des
trago sempre comigo um eco
uma promessa que se alonga
arrumada na estreiteza
comum dos dias