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À Beira da Lua

À Beira da Lua

14.05.24

doses erradas de arroz


Nuno Casimiro

Folclore,
              impulso :

              porém distância.

Poço escuro : seco : eco.
                Avista-se fundo
                e cantigas doutros
tempos.

Fico à beira do sobressalto. Gole
em seco, Mais cerveja.
O copo levo-o eu
para casa. Dá jeito para medir
                                            palavras
e doses erradas de
arroz.

Procuro os teus seios
com as minhas mãos
incertas. Pureza,
subtil espanto de
coisa
          indubitável.

Quedo-me orgânico, Suspiro
anseios. Salto um batimento
no roçar do fim do
dia.

Atei demasiado
um pensamento, Folclore
prossegue
e eu a pulso desleixado
                       distancio-me.

03.05.24

porto de prato farto


Nuno Casimiro

ando aqui à volta doutros dias
repetindo um hemisfério qualquer
colhendo flores em sonhos e
desdenhando bruteza de alma difusa

faço caras desgrenhadas
solto um sopro salobro, Falta
desatar a cabeça que seguro
entre as mãos
                pouso o corpo
mimo as penumbras do silêncio
                     tendo em conta o
preâmbulo prematuro
das certezas mais
manipuláveis, Sufoco
limpo as mãos à falta de ar

dou conta da garganta
mais seca
agarram-se as
palavras a uma gosma
                                    lívida
sentido sangrento : mais fumo,
Silêncio
gesticulo um vento norte
fugacidade peristáltica, Mundo
inteiro um nome esquecido
a minha mãe : origem : corrida

rapidamente faz-se noite
num porto de prato farto

         arregaço um percalço
                                  na certa encalho
turvação