20.12.24
montanha
Nuno Casimiro
depressa me hesito. O coração encheu de fervor tal é a hora tardia. funcionalmente não creio que exista. A mão já treme fora do bolso. depressa desfaço o enigma do copo meio vazio. Nunca é cedo demais para espalhar candor. vou e volto e sento-me no mesmo lugar. Cansativo é pensar no que raio fazer pro jantar. amanhã terei que lavar roupa. Gosto de planear o meu look e cada vez mais detesto improvisar. faz frio depois das dezassete. Mas fica sempre bem enrolada esta ideia de só estar. Lentamente, não hesito. Sempre chega novo sangue, uma nova lufada de ar - quiçá ideia. Serei eu tio duma perspectiva sobrinha? nunca haverá amor suficiente que entregue uma montanha, mas certamente disfarçar-me-ei como algo semelhante.