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À Beira da Lua

À Beira da Lua

21.04.25

arrepio ventoso


Nuno Casimiro

Tudo é memória
assim como o horizonte
                                     que me alonga.

Visto as calças uma perna de cada vez;
crio estrutura andante
improviso um som
guardo profun
didade.

Abro a janela com a lua bem lá no alto;
deixo entrar arrepio ventoso
decifro um sussurro
tranco dispa
ridade.

Tudo é viagem
tal como a infinitude
                               que te prolonga.

14.04.25

sonho verdejante


Nuno Casimiro

dentro de um sonho verdejante
sempre encontro maneira de chorar
dentro de uma palavra

tranco então um soluço
em busca da verosimilhança
que sempre entrego em flor
a um vaso estanque

miro à volta e perscruto o mar sem dono
talvez de peito aberto gritando de si

guardo então uma sensação
fixada no teu cabelo ao vento
e incertamente diluem-se em mim
as horas já percorridas

ao largo do horizonte que se esconde
fecho os olhos ao ritmo do sol que o desvenda

levo então comigo
uma breve brisa levemente estranha
pincelada em murmúrios secretos
sobre um lugar longe de mim