24.07.20
Baixo astral
Nuno Casimiro
No pico das madrugadas amenas
o foco extingue-se e despreza-se o tacto.
Interpretam-se erroneamente os cometas dando-lhes asas e um propósito.
Também eles podem amar e sentir o calor dum café fresco logo pela manhã.
Pressiono a face contra a almofada irregular e gasta. Por momentos recuso-me
a respirar.
Num sufoco breve e trapaceiro
imagino o que seria
se fosse
estrela.
Ou se me desses a mão
num fim de tarde
de dezembro.