Saltar para: Post [1], Pesquisa e Arquivos [2]

À Beira da Lua

À Beira da Lua

24.07.20

Baixo astral


Nuno Casimiro

No pico das madrugadas amenas

o foco extingue-se e despreza-se o tacto.

Interpretam-se erroneamente os cometas dando-lhes asas e um propósito.

Também eles podem amar e sentir o calor dum café fresco logo pela manhã.

Pressiono a face contra a almofada irregular e gasta. Por momentos recuso-me

a respirar.

Num sufoco breve e trapaceiro

imagino o que seria

se fosse

estrela.

Ou se me desses a mão

                  num fim de tarde

                            de dezembro.