03.06.16
Delírio
Nuno Casimiro
Vivo assombrado pela tua memória.
Lembrança funesta que me faz delirar.
Nos sonhos recapitulo toda a história
e acordo a definhar.
Nunca me lembro de te esquecer.
O meu vil eu ri-se a bandeiras
despregadas
achando ridícula a minha forma de
viver
enquanto olha para as recordações
emolduradas.
Passo as noites de olho aberto
numa troca de argumentos com a
consciência
desejando ter-te por perto
para me lembrares qual a minha
essência.
Pelos recantos do quarto
procuro sossegar
a alma e o corpo
deste sufoco
que é viver sem amar.