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À Beira da Lua

À Beira da Lua

23.10.17

inquietudes


Nuno Casimiro

Acabo os meus dias

querendo ser outra pessoa

ignorando que nessas medidas

desperdiço um qualquer eu, à toa.

 

No horizonte ecoa um grito

dando o mote para a retoma.

As cãibras bem me alertam

mas um desprezo se assoma.

 

Fico aquém das vontades

e resguardo-me no meu canto.

Aí sonho bem alto

mas já não me espanto.

 

No além deposito a réstia de esperança.

Deambulo por caminhos já percorridos

exibindo a minha pouca confiança,

cansado das caras com os mesmo sorrisos.

 

As repetições acumulam-se

e nelas vou-me perdendo.

Desilusões multiplicam-se

dando azo ao meu abatimento.

 

Nada fácil sentir-me pequeno

e querer tudo conquistar.

Lá longe no tempo ameno

o sufoco acaba e consigo respirar.

 

Esse longe é a minha utopia,

um sítio com um qualquer encanto,

que me solta da monotonia

e me faz voar alto. E canto!