03.05.24
porto de prato farto
Nuno Casimiro
ando aqui à volta doutros dias
repetindo um hemisfério qualquer
colhendo flores em sonhos e
desdenhando bruteza de alma difusa
faço caras desgrenhadas
solto um sopro salobro, Falta
desatar a cabeça que seguro
entre as mãos
pouso o corpo
mimo as penumbras do silêncio
tendo em conta o
preâmbulo prematuro
das certezas mais
manipuláveis, Sufoco
limpo as mãos à falta de ar
dou conta da garganta
mais seca
agarram-se as
palavras a uma gosma
lívida
sentido sangrento : mais fumo,
Silêncio
gesticulo um vento norte
fugacidade peristáltica, Mundo
inteiro um nome esquecido
a minha mãe : origem : corrida
rapidamente faz-se noite
num porto de prato farto
arregaço um percalço
na certa encalho
turvação