30.08.25
frescura jovial
Nuno Casimiro
respinga para o outro lado, voz cega,
porque daqui já pouco levas,
apenas roupa esquecida no estendal.
estico o passo e regulo o corpo trancado.
já escutei melhor o que outrora se rumorejou
sobre a viragem do tempo.
[ oh, simplicidade de chuva veranil...
como desejo ser essa frescura jovial
num dia quente...! ]
repito, sou roupa esquecida
nos estendais. já sequei propósito
e ficou a faltar renovação.
pego de estaca num instante
e assumo uma rua compilada
em desacertos.
[ oh, honestidade dum dia que finda...
como desejo ser o limbo
entre o teu início e o teu fim...! ]