10.03.22
a noite num ímpeto
Nuno Casimiro
Persigo o olhar sem fundo
entrelaçado nos ritmos do terror
de não saber para que se vive.
Calcorreio mnemonicamente
cada segundo
agachado perante a consequência
do fervor
sem saber por quem tudo se decide.
O chão treme com a chegada de
um novo dia.
Batem as doze – a panela acusa a pressão
e o comboio ultrapassa
os tormentos.
Tapo os sentidos e
escondo as mãos
enquanto respingo
um universo estilhaçado
por não entender a noite
num ímpeto.