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À Beira da Lua

À Beira da Lua

03.08.25

suspiros de plenitude


Nuno Casimiro

já cansa trautear a mesma parcimónia
revestida na melancolia que não se estende
para lá das sensações mais verdadeiras.
sempre viro o dia lento na direcção
duma essência mais apressada
ou superlativamente sucinta.

nesta habilidade arrasadora
de me perder de vista por entre as mãos trémulas
encurto o passo em trânsito cegamente calculado.
sempre fico nesse ponto cru(el)
sem me deixar cozinhar nem adivinhar
embrulhado na derrota dum espírito estreito.

eventualmente
hei-de ver esse horizonte promissor
disfarçado de oásis e suspiros de plenitude.

         incansavelmente
         hei-de nadar até à margem mais deserta
         e nesse vislumbre perscrutar lugar comum.

                serenamente
                desenvencilho-me das fantasias
                dando azo às fragilidades do que sinto.