24.03.23
poema manco
Nuno Casimiro
eis que toco o chão à margem de uma palavra pesada
sobressaltando a ligeireza de um contratempo inventado
no soluço de uma contemplação sobre os céus.
estendo as minhas mãos no movimento remoto dos barulhos
sincronizado com um café adiado num cruzamento esquecivel
e esgatanho a disforia enrolada no vento que me sarabandeia.
perscruto uma onda sem areia onde construir castelos
que meçam a força de um ímpeto assimétrico sobre um sonho
na retrospectiva de um mar que as minhas mãos não embrulham.