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À Beira da Lua

À Beira da Lua

15.08.22

dente a tremer


Nuno Casimiro

Que sórdida esta forma de estar
tão cómoda tão comida
tão desprovida tão tomada do avesso

Por vezes quero rebentar
explodir e levar comigo o mundo
num só grito
num só testemunho

Quero deixar-me enrolar
numa onda selvagem
e sentir na pele o inóspito
e a calamidade

Que a lua encha e a noite resfrie
sob o olhar atento do meu dente a tremer
debaixo do desamparo que me despenteia